Para celebrar o Dia das Crianças me ocorreu compartilhar estas reflexões sobre o que precisamos resgatar da nossa criança interior para sermos capazes de empreender do melhor modo possível. Mas será? Por que?
Por que nossa singularidade é talhada na tenra infância, vai sendo lapidada ao longo da vida e ela se expressa em tudo que fazemos.
Você já parou para observar que cada criança é singular? Já se deteve para observar como cada uma delas se comporta?
Entretanto, há características comuns entre elas. Uma criança de bem com a vida possui características bem marcantes e de fácil identificação.
Costuma expressar seus sentimentos e desejos com espontaneidade e autenticidade. É curiosa e observadora para aprender sobre as novidades que a cercam. Usa seus cinco sentidos para produzir novas conclusões que não dependem da realidade concreta porque fica antenada em todo o ambiente à sua volta.
Sua intuição e emoção funcionam mais do que seu pensamento, sua capacidade crítica e sua cautela porque ainda lhe faltam informações e experiências de vida, mas lhe sobra sensibilidade sensorial e afetiva.
A criança ainda não teve tempo para acumular conhecimento e habilidades que dependam mais da razão, que será mais desenvolvida com a aprendizagem fornecida pelos estímulos familiares e escolares com base na leitura e no brincar, direito garantido em nossa Constituição e vital para a aquisição de autonomia.
Ainda assim, observa-se que crianças, de várias faixas etárias e extratos sociais, sobretudo as que começam a se expressar pela linguagem, são capazes de questionar adultos com uma rapidez e uma precisão que os deixa ruborizados, caso estejam sendo incoerentes, isto é, agindo diferente do que falam para a criança ou do que a orientam sobre como fazer.
Todos esses aspectos precisam ser cuidados para que a criança seja capaz de:
- Aprender a conhecer, o que visa mais ao domínio dos instrumentos de aprendizagem do que um repositório de conhecimentos;
- Aprender a fazer
- Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, o que depende mais das competências emocionais;
- Aprender a ser, o que exige o desenvolvimento integral da pessoa humana e depende de todas as dimensões anteriormente mencionadas.
No Brasil, em 1924, o deputado federal Galdino do Valle Filho lançou a ideia do Dia da Criança em função de um Congresso Latino Americano Sobre Bem-Estar da Criança ocorrido no ano anterior no Rio de Janeiro, capital do País naquela época. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924. Muito interessante termos sido precursores desta definição de data comemorativa.
Para que todas as crianças do mundo tivessem a oportunidade de se desenvolver conforme anteriormente mencionado, em 01 de junho de 1925, foi criado pela Liga das Nações, o Dia Internacional da Criança para alertar sobre as questões relacionadas ao bem-estar das crianças no mundo e, por isso, muitos países reservam esta data para homenagear as crianças, como, por exemplo, Portugal.
Ainda um pouco mais de história, em 1940, Getúlio Vargas, o então presidente brasileiro, instituiu um novo decreto, que "fixava as bases da organização da proteção à maternidade, à infância e à adolescência em todo o País", e que criava uma nova data de comemoração, conforme o Artigo 17 do Capítulo VI: "Será comemorado em todo o país, a 25 de março de cada ano, o Dia da Criança. Constituirá objetivo principal dessa comemoração avivar na opinião pública a consciência da necessidade de ser dada a mais vigilante e extensa proteção à maternidade, à infância e à adolescência.", entretanto, esta data ficou apenas "no papel".
Em 1959, a ONU passou a celebrar o Dia Mundial da Criança no dia 20 de novembro, em função da assinatura da Declaração Universal dos Direitos da Criança que, entre outros aspectos, preconiza:
- Todas as crianças têm o direito à vida e à liberdade.
- Todas as crianças devem ser protegidas da violência doméstica.
- Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos, não importa a sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.
- Todas as crianças devem ser protegidas pela família e pela sociedade.
- Todas as crianças têm direito a uma nacionalidade.
- Todas as crianças têm direito à alimentação e ao atendimento médico.
- As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.
- Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.
- Todas as crianças têm direito à educação.
- Todas as crianças têm direito de não serem violentadas verbalmente ou serem agredidas pela sociedade.
Em mitos países, como nos Estados Unidos, é nesse dia 20 de novembro que é celebrado o Dia da Criança, sem necessariamente ter a tradição de entrega de presentes.
Aqui no Brasil, essa tradição de entrega de presentes se instalou a partir de 1960, menos de um ano da Declaração Universal dos Direitos da Criança ser assinada, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e a data de 12 de outubro passou a integrar o calendário das festas comerciais.
Para além da prosperidade do comércio, como nossa criança interior pode estar conectada com nossa capacidade de empreender e prosperar?
Para você, há alguma conexão entre ser uma criança saudável e ser capaz de empreender?
Você já refletiu sobre a semelhança que há entre as características infantis citadas e o que se requer de atributos comportamentais de um empreendedor?
Ele, em geral, é e precisa ser extrovertido para bem se comunicar e negociar, apostar em sua intuição para inovar seus produtos e processos de negócio, liderar pessoas e prospectar o futuro, ser observador para coletar o maior número de informações possível a fim de tomar boas decisões, ter o raciocínio lógico bem desenvolvido, ter uma boa capacidade de avaliação e ser cauteloso, apesar de ousado, para criar e sustentar a conquista de seus projetos.
Assim como a criança, o empreendedor deve estar permanentemente de sentinela, para explorar o ambiente e analisar suas possibilidades e limites para empreender.
Diante dessa analogia, está claro que cada um de nós porta uma criança e um empreendedor em potencial?
Como você tem tratado sua criança interior? Com carinho? Dá a ela liberdade para criar? A protege de violências cotidianas? Permite que ela se expresse, de forma própria e compatível com seu grau de maturidade? Porque dizer o que pensa sem formatar de modo equilibrado razão e emoção não são atitudes próprias de um adulto maduro, certo?
Para avaliar se sua criança interior está de bem com a vida e pode te impulsionar a empreender, vale a pena refletir ainda um pouco mais sobre como você tem trocado com o mundo. Seu equilíbrio entre dar e receber é fundamental para promover a conquista de sua prosperidade.
Sua capacidade de se autoconhecer também é vital para você possa declarar com propriedade o que deseja e o que não deseja e fazer escolhas ajustadas ao seu modo de ser.
Além disso, é essencial que desenvolva sua competência para planejar suas ações a fim de conquistar seu lugar ao sol. Mas isso não basta! É preciso agir de forma programada e sensata para alcançar seus objetivos e agradecer a todos pelas contribuições recebidas ao longo de sua jornada empreendedora.
Interessado em ampliar seu conhecimento sobre si e sobre como pode aumentar sua capacidade empreendedora? Temos programas de desenvolvimento sob medida para você.
Um de nossos programas de treinamento é o Pro Infância, desenhado para pessoas que querem conhecer melhor a infância e seu processo de desenvolvimento subjetivo – pais, avós, professores, profissionais dirigidos aos cuidados da infância.
Outro é o Pro Sonhar Empreender, que apoia pessoas que desejam aprender a alinhar projetos de vida pessoal, profissional e de negócio e a estruturar e alavancar seu empreendimento e muitos outros programas relacionados ao desenvolvimento humano e organizacional.
Desperte sua criança interior e se surpreenda com as lições que ela dará ao seu eu empreendedor.
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